“Mova o dinheiro”: grupos da sociedade civil convocam bancos públicos a apoiar as pessoas e o planeta

Ações na América Latina, África, Ásia e Europa durante Cúpula Finance in Common chamam a atenção para o papel dos bancos de desenvolvimento no financiamento de uma recuperação justa

Esta semana, 450 bancos públicos de desenvolvimento e instituições financeiras, que controlam aproximadamente US$ 2 trilhões em dinheiro público em todo o mundo, estão reunidos pela primeira vez para discutir ações para garantir uma recuperação justa frente à Covid-19 e uma transição para sistemas econômicos mais sustentáveis. Primeiro evento global desse tipo, o Finance in Common Summit (FiC), que está sendo realizado em Paris, visa obter compromissos dos bancos participantes de que, de fato, adotarão políticas coerentes com metas de clima, desenvolvimento sustentável e biodiversidade.

Para chamar a atenção para a necessidade de os bancos de desenvolvimento liderarem essa transição, grupos da sociedade civil realizarão ações virtuais e presenciais, tomando todas as precauções necessárias em tempos de pandemia. A mensagem dos manifestantes para as instituições financeiras públicas é bem clara: está na hora de direcionar o dinheiro dos contribuintes para uma recuperação verdadeiramente saudável, equitativa, sustentável e justa.

No Brasil, a 350.org e seus parceiros realizaram nesta quinta-feira (12/11) uma ação criativa para exigir que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pare de financiar combustíveis fósseis e redirecione o dinheiro dos brasileiros para projetos de expansão de energias renováveis ​​e socialmente justas. Também aconteceram, ao longo da semana, ações na Nigéria, Filipinas e França.

“O BNDES destinou mais de R$ 90 bilhões a projetos do setor de combustíveis fósseis desde 2009. São recursos que agravaram a crise climática e tornaram ainda mais rico um setor que concentra riqueza nas mãos de poucas empresas e que frequentemente desrespeita os direitos das comunidades mais vulneráveis. Esse dinheiro é do contribuinte brasileiro e poderia ter estimulado a geração de empregos em áreas muito mais benéficas, como as de energias renováveis e mobilidade urbana”, explica Ilan Zugman, diretor interino da 350.org na América Latina. “Na América Latina, exigir uma ação climática mais efetiva dos bancos de desenvolvimento é importante não só para o Brasil, mas para todos os países da região”, completa.

No site da 350.org está disponível uma petição para quem quer apoiar a causa.

Texto: 350.org
Foto: Finance in Common

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