Associação Munduruku denuncia falta de informações seguras, impactos na pesca e ameaça à vida após a Eletrobras elevar o nível de segurança da UHE Colíder para “alerta”.
A Associação DACE, do povo Munduruku do Baixo Teles Pires, divulgou nota alertando para o risco de rompimento da Usina Hidrelétrica de Colíder (MT), após a Eletrobras elevar o nível de segurança da barragem para “alerta” devido a danos estruturais. O documento ressalta que um eventual colapso pode gerar efeito em cadeia em outras usinas do rio (Sinop, Teles Pires e São Manoel).
Segundo os Munduruku, a abertura e o fechamento das comportas têm provocado variações bruscas no nível das águas, afetando a pesca, a reprodução de quelônios e a qualidade da água. “Nossos tracajás estão ameaçados, nossos peixes estão morrendo, nossa água está suja”, afirma a nota.
A DACE também denuncia a falta de informações claras às comunidades e exige a inclusão imediata das aldeias no Plano de Ação Emergencial (PAE), além de comunicação direta e diária, proteção à pesca e compromisso do Governo Federal na defesa dos direitos indígenas.
O documento será encaminhado a órgãos de controle e defesa dos povos indígenas, cobrando responsabilização da Eletrobras e das demais operadoras. “Defender o Teles Pires é defender a vida Munduruku e o futuro de toda a região”, conclui a nota.
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento administrativo para acompanhar os riscos decorrentes do rebaixamento emergencial do reservatório da UHE Colíder.
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